Fonte: Diário de Leiria
Um grupo de pais promoveu sábado, junto ao Mercado Santana, em Leiria, uma vigília para sensibilizar a opinião pública para a síndrome de alienação parental, que os afasta dos filhos.
Envergando camisolas pretas com a inscrição 'Filho, onde estás? Tenho saudades…' e um cartaz onde se lia 'Eu não me divorciei dos meus filhos!', a concentração, onde estiveram cerca de 30 pessoas, juntou, também, familiares e amigos dos pais.
Um grupo de pais promoveu sábado, junto ao Mercado Santana, em Leiria, uma vigília para sensibilizar a opinião pública para a síndrome de alienação parental, que os afasta dos filhos.
Envergando camisolas pretas com a inscrição 'Filho, onde estás? Tenho saudades…' e um cartaz onde se lia 'Eu não me divorciei dos meus filhos!', a concentração, onde estiveram cerca de 30 pessoas, juntou, também, familiares e amigos dos pais.
Segundo o sítio na Internet do Instituto Português de Mediação Familiar, alienação parental é o conjunto de comportamentos "praticados pelo progenitor alienante (guardião) com o objectivo de criar uma relação de carácter exclusivo" e "excluir para sempre o outro progenitor da vida dos seus filhos".
"A alienação parental é conseguida através de uma série de técnicas conscientes ou inconscientes de programação/manipulação da criança, assim como de outros processos (…), para denegrir o progenitor odiado que se pretende preterir", lê-se no mesmo sítio.
Jaime Martins, de Leiria, justificou a presença no protesto por não ter acesso aos filhos, de 13 e 21 anos. "Não consigo exercer a paternidade e, sobretudo, mais importante que eu não conseguir exercer a paternidade, é eles serem órfãos de um pai vivo", afirmou Jaime Martins.
Dizendo-se "amputado do amor" que continua "sempre a sentir pelos seus filhos", Jaime Martins adiantou: "Foram sempre incutidas muitas mensagens, muitas calúnias que passaram a ser verdade para eles".
Este pai considerou ser necessária mais sensibilidade dos magistrados nesta questão e defendeu a criminalização da alienação parental.
"A violência doméstica é crime. Manipular a consciência de uma criança para odiar alguém porque é que não há- -de ser crime?", questionou.
Maria Helena Ferreira, avó de duas meninas, de 10 e 13 anos, lamentou não as poder ver com a regularidade que deseja. "Vejo-as de 15 em 15 dias, durante uma hora, no carro do meu filho", referiu, de voz embargada: "Já chorei muita lágrima, porque as minhas netas foram, praticamente desde que nasceram, retiradas a mim e ao pai".
Carlos Moreira, com dois filhos, de 10 e 16 anos, sublinhou que o problema da alienação parental é "muito duro" e é a razão pela qual não vê o filho mais velho há um ano. "Limito-me a ouvir a voz dele quando ele atende o vídeoporteiro", declarou.
Na vigília, onde rolaram lágrimas pelos rostos de quem não consegue ver os filhos, sobrinhos, netos ou enteados e se mostraram prendas que as crianças fizeram para o Dia do Pai, que se assinalou sábado, cruzaram-se também histórias com final feliz, como a Fátima Henriques, divorciada, com três filhas. "Todos os anos passamos uma semana de férias em conjunto", contou Fátima Henriques, esclarecendo: "Os conflitos são dos pais e não dos filhos".
Nenhum comentário:
Postar um comentário